Policiais militares do Rio de Janeiro são acusados de espancar e chicotear um homem que tem esquizofrenia dentro de sua casa, no Complexo do Chapadão, região Norte da cidade.
O irmão do homem é o responsável pela denúncia contra militares do 41º Batalhão de Polícia Militar. O caso está na 31ª Delegacia de Polícia, e é acompanhado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro.
Em imagens divulgadas, o homem aparece com as costas bem marcadas e avermelhadas, com sinais de agressão. Segundo o irmão da vítima, o incidente ocorreu há uma semana, durante uma operação da polícia na região. Os policiais teriam entrado em diversas residências para questionar moradores.
“Encontraram o meu irmão deitado, dormindo. Acordaram ele com um tapa”, disse o morador ao G1. Após isso, de acordo com o irmão da vítima, teve início a uma sessão de tortura. Os militares queriam saber se bandidos estiveram na casa, mas o homem não conseguia responder, por conta da esquizofrenia, um transtorno psiquiátrico.
“Eles pegaram meu irmão e começaram a chicotear ele. Botaram sentado no quarto e começaram a chicotear ele”, desabafou o morador. Ele relatou ainda que a intenção dos militares era enforcar o jovem com um fio, mas decidiram chicoteá-lo.
Além das agressões, o homem ainda relatou que os policiais danificaram diversas partes da casa. “Jogaram as minhas coisas todas para o alto. Quebraram a casa toda, até o muro”.
“Eles falaram que queriam acessar a mata atrás [da casa] para ver se os bandidos tinham fugido [por lá], e eu falei com eles que não tinha como, porque eles iam ter que pular o muro”, acrescentou.
Medo de represálias
“A gente só fica triste mesmo. Quem poderia estar nos defendendo, quem poderia estar nos protegendo… é o causador disso tudo. Acho que nem se fosse bandido”, afirmou o morador.
Com medo de uma represália policial, a família decidiu abandonar a casa onde morava. A vítima está medicada e se recupera.
O BHAZ entrou em contato com a Assessoria da Secretaria de Estado de Polícia Militar do Rio de Janeiro, que esclareceu que “a Corregedoria da PM está ciente da denúncia e apura as circunstâncias do caso”.